segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013 chegou!!!!


"Ladurée"

A doceria "Ladurée", na Champs-Élysées (desculpa a rima) é, sem dúvida, um dos lugares mais luxuosos que entrei em Paris. Tem 150 anos de tradição. Fabrica e vende o "macaron", um biscoitinho pequeno com dezenas de sabores e bastante delicado. Enfim, tipicamente francês.



"Ladurée" tem fila pra entrar e não tem apenas "macarons". Portanto, vale a pena esperar que expliquem e mostrem a você as outras sobremesas (muffins, tortas, etc). Hummmmm!!!




domingo, 30 de dezembro de 2012

Montmartre

Montmartre é um bairro de Paris. É onde fica Moulin Rouge e uma igreja de certa forma bem jovem, do início do século XX, em arquitetura românica (com os traços mais redondos): chama-se Sacré-Coeur (sagrado coração/foto).



O monumento é bastante visitado. Bom ir com um pouquinho de paciência, então, principalmente com os oportunistas que tentam colocar uma "fitinha" no seu dedo e pegar um dinheiro. Eles passeiam perto das escadas, surgem "do nada". Tome cuidado! Eu já conhecia a história e, por isso, não caí no golpe. Mas tinha era muita gente dando papo. Muita mesmo! E sabe como tudo começa? Dizem pra você "don't worry" (não se preocupe) e depois elogiam seu país. "Brasil? Capoeira? Ohhhhhhh"... Daí é risada e, se você for junto, pronto, não desgrudam mais.

Sabe o que estou fazendo agora (até porque não existem pedintes apenas em Montmartre)? Quando me perguntam nacionalidade respondo em alemão. As frases saem com sotaque, lógico. Só que funciona. Consegui espantar um montão de chatos. Os alemães, afinal, quando querem querem. Quando não querem não brincam. Chegam a ser ignorantes. E os parisienses (talvez o resto do mundo) pensam que brasileiro é diferente. E é mesmo, o que não deixa de ser positivo em alguns casos. Não nesse que acabei de mencionar, convenhamos.

Montmartre - parte 2


A verdade, no entanto, é que não pretendo assustar ninguém (assustei, não é?). Desculpa. Montmartre tem moradores simpáticos, agitados, vários cafés e um comércio de tirar o chapéu. Lojas de tudo o que há! O forte, dizem, são os tecidos. Ouvi dizer que tem coisa barata e de excelente qualidade, embora não tenha dado tempo de parar pra perguntar. Vi tudo de relance da poltrona de um trem que passeia a região a cada meia hora. Cinco euros e um senhorzinho dá uma boa volta.

Se você achar interessante, sex shop é o que não falta por lá. Eles ocupam prédios inteiros e é olhar pra o lado e a gente dá de cara com museus eróticos, cabarés, etc.

O cemitério de artitas, pintores e compositores europeus também atrai turistas. As sepulturas são pequenas casinhas quase. Elas têm nomes conhecidos, como León Foucault (um cientista francês) e Heinrich Heine (poeta alemão).

Montmartre - parte 3


Ou seja, Montmartre é legal! Legal mesmo (esqueça a "fitinha" um minuto). Mesmo assim decidi passar a virada do ano em um restaurante a poucos metros do hotel, com vista para Notre Dame. É mais fácil pra chegar e voltar.

Inteh!

sábado, 29 de dezembro de 2012

O carrossel e o cansaço

Paris está cheia de luz por causa do natal e, curiosamente, com um monte de carrosséis em locais de grande fluxo de pessoas. Um dos brinquedos fica no finalzinho do parque em frente ao museu do Louvre, praticamente ao lado da roda gigante. Tem fila toda hora. Queria dar uma volta. Uma pena não ser mais criança.



Essa novidade tem atraído a atenção de muitas pessoas, claro, mas a Torre Eifel continua como o principal monumento. Aliás, não. Nessa capital francesa seria uma audácia dizer "principal", não é? Quase não há o que não seja importante, ou não seja arte, ou não tenha história. Esqueçam o que escrevi. Deve ser o cansaço. "Bota" cansaço nisso, embora a paisagem até relaxe a gente. Já vou explicar.



Saimos de casa, em Bonn, na Alemanha, hoje às quatro da manhã para uma estação de metrô (tínhamos dormido duas míseras horas depois do voo entre Brasil e Europa). O metrô não passou. Não passa de madrugada no "ponto" perto de onde estamos morando. Só a partir das 6h. Não sabíamos. Descobrimos porque resolvi conferir os itinerários e horários num quadro por acaso, no local mesmo.

Fazer o quê, então? Deus enviou um Táxi para avenida onde estávamos. Amém! Demos um sinal meio desesperado, pegamos o carro e fomos até o terminal do centro. De lá, um trem nos levou até Colônia, cidade a mais ou menos vinte minutos de Bonn. De Colônia partimos às 6h44 e viajamos três horas até Paris. Três horas? Três horas nada. Esse era o tempo previsto. Os trilhos passavam por manutenção próximo a Bruxelas, na Bélgica, e lá ficamos parados uma hora. Ou seja, a viagem durou uma hora a mais.

Desembarcamos na "Gare Du Nord", na França, por volta de 11h. Daí foi outro Táxi até o hotel, dez minutos para refrescar a cabeça, e o voltamos pra rua. A gente tinha que aproveitar! Pronto. Andamos o dia inteiro. Estou olhando pra cama com uma necessidade dela... não consigo continuar... abraços...

A casa nova

O meu cantinho na Alemanha é um cantinho modesto, mas bonito. Tem pinheiros na frente (não é o caso da foto, onde eles ficaram fora do ângulo) e está todo equipado com tudo o que qualquer pessoa precisa pra viver com tranquilidade. Quando cheguei a casa estava até cheirosa.
 

Agora, a gente acha que burocracia é coisa de brasileiro. Não é não. Conseguir o flat e fechar o contrato nem demorou. O problema é o tal do cheque-caução. Os donos dos imóveis não abrem mão. E, pra receber de volta, é preciso ter uma conta no exterior. No meu caso, o proprietário disse que deve me devolver em dinheiro, só que isso é proibido. É proibido também negociar sem receber esse adiantamento, que geralmente equivale a dois meses de aluguel. Paciência, né?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O "start"

Cheguei à Alemanha. Pra minha surpresa, o frio está ameno. O tempo é curto. Paris me espera. É a respirada pra o início de tudo, na semana que vem.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O natal

O natal foi em família, como deveria ser. Confortável, farto, corrido e cheio de memória. Quer melhor? Não... Agora vou dar um jeito de arrumar as malas porque falta pouco pra viagem. Pouco nada. Pouquíssimo!...


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O piano, o Jornalismo e a Alemanha

Muita gente me pergunta de onde veio a ideia de Alemanha se não tenho qualquer vínculo de sangue com o país, menos ainda parentes por lá. Vou explicar.

Quando eu tinha 13 anos, comecei a aprender piano. Foi a minha maior lição de disciplina da vida. Passsava horas e horas estudando e nunca bastava pra tocar bem. A minha professora, Graça Cunha, era enérgica, exigente, mas com um coração que não cabia nela. Percebi anos depois, embora fosse tão tarde pra elogiar olhando nos olhos. Graça morreu de câncer na região do abdômen sem que eu fosse mais seu aluno. Eu larguei as aulas meses antes e, pior, sem conversar, com uma "raivinha" infantil porque achava o temperamento dela ruim. Imaturidade. Coisa de menino e hoje, um peso, um arrependimento.

Em 2006, eu e um grande amigo, Harley Cândido, com o apoio de outra grande amiga, Terezinha Hilel, além de outras dezenas de pessoas, como o bispo Dom Werner, homenageamos a Graça com um concerto no teatro Atiaia. O concerto foi de uma orquestra de Barra Mansa, no Rio de Janeiro. A primeira vez que a cidade ouviu um grupo de quase cem instrumentistas.

E continua...

Até que a história terminasse desse jeito, com o Atiaia lotado de gente e eu tremendo no palco pra apresentar os músicos, fiquei anos tentando ser um deles.

Participei de concursos, fiz cursos com os melhores pianistas do país, do mundo. Cheguei a fazer faculdade de piano na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E qual era o grande sonho? Berlim. Berlim. Quem nunca escutou, afinal, sobre a filarmônica, Beethoven?...

Os meus colegas falavam que os alemães tinham uma sensibilidade diferente. Interpretavam com a alma daquele passado em que os compositores eruditos viveram. Se é verdade ou não, ainda não sei. Parei a graduação da UFMG e resolvi ser jornalista. A Europa foi recaldada em mim. Esquecida, não.

E continua...

As aulas de Jornalismo começaram em 2007 e adivinha de onde era toda a teoria? Ou pelo menos grande parte? Da Alemanha. Pronto. A fome juntou com a vontade de comer.

Entrei num cursinho de alemão sem pensar duas vezes. Acho, no fundo, que foi uma forma de me realizar no piano e na comunicação.

Hoje, o que sei é que, de imprensa, os alemães estão bombando com a produção de conteúdo. Conteúdo excelente, principalmente de internet. E na música, dispensa comentários. Por que não aproveitar esse conhecimento?

E continua...

Estou é de malas prontas. O meu estágio na Deutsche Welle, empresa multimídia da Alemanha, começa no dia 2 de Janeiro de 2013. Se eu encontrar um piano pelo caminho, vou me arriscar. Woooooow... Tschüss...

E continua...

 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Saudade

Terminaram de montar a árvore de natal aqui de casa. Não tem nenhuma música pra ela. Que pena. Toquei piano dia desses pra ver se dava uma animada. Não adiantou. Se fosse outra época talvez eu estivesse ouvindo algum som mesmo sem som. Agora não ouço nada. Estou em silêncio. Por fora e por dentro. Talvez mais por dentro do que por fora. Ando meio perdido. Meio sozinho.

Não posso dizer que estou infeliz. Não posso. Seria injusto demais. Egoísta demais. Não se trata de infelicidade. É uma felicidade inacabada. Incompleta. Poderia falar "razoável"? Claro que não, "né"? Ou claro que sim? Quanta ingratidão pra uma vida que tem sido tão generosa comigo.

Pelo "sim", pelo "não", quero um coração só um pouquinho menos apertado. Apenas isso. É pedir demais?

Tenho ido trabalhar sonso e, quando saio do carro, fico olhando pra o chão, chutando as folhas. E as folhas, às vezes, não existem. Invento uma desculpa pra mexer os pés.

Acho que estou pensando muito nos dias que não vão demorar a chegar; nos dias que vêm por aí, apressados e nem disfarçam. Acho que estou com medo. Estou com medo? Não é medo não. Como sou bobo. É saudade. Essa coisa de "do outro lado do mundo" me encanta e me assusta. Pronto.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A passagem

Não sei que dia foi. Não me lembro mais. Que memória ridícula. Mas a minha primeira inscrição num processo seletivo para estágio na Deutsche Welle, na Alemanha, certamente foi em 2009, ainda durante a faculdade de jornalismo.

Sabia que sem ter concluído o curso seria mais difícil. As portas foram fechadas inúmeras vezes. Terminei de estudar faz dois anos, não deixei de insistir, e agora chegou o visto pra eu embarcar em Dezembro. Mal estou cabendo no meu quarto. Aliás, nem consigo mais caber.



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Nathan

Não fui eu que disse. Mas concordo e publico.

 

 

O meu amor



© Nathan de Castro


O meu amor é um sonho... Uma mentira

que freqüenta a poesia dos meus dias.

Canção de estrela... Verso que transpira

saudades de compor todas as melodias.


O meu amor é a terra que suspira

quando recebe a chuva... A fantasia

da letra que me envolve e gira, e gira

e gira, registrando o olhar... Fotografia.


O meu amor é cacho da imaginação,

silêncio de uvas verdes nas latadas,

semente nos quintais de páginas viradas.


O grande amor?... Não digo. Eu sei paixão!

Todos os meus pomares, a invernada,

a pétala da Estrela e a Lua... Quase nada!

A casa caiu?

Desde a semana passada estou "fuçando" sites de moradias na Alemanha. Preciso alugar um apartamento, ou um quarto que seja, o mais rápido possível. Não é tão fácil, apesar das oportunidades quase ilimitadas. Opções demais confundem e a burocracia também pesa. Vou insistir.

sábado, 1 de setembro de 2012

A contagem das horas: parte IV

Mantenho este blog há mais de três anos. Nele há memórias que, infelizmente, a correria já me levou da cabeça. Nem todas, claro. Só que ainda bem que posso vir aqui. É uma sala cheia de retratos e de paredes com aqueles bilhetes de "I love Paris", "Eu amo Berlim" ou "Ich liebe Berlin"... Mal posso acreditar quando vejo... Tantas imagens, histórias...

Mas estou falando do tempo da página porque também foi o meu tempo de persistência por um estágio numa emissora internacional como correspondente; de uma série de "nãos" que nunca me desaminaram.

Desde o primeiro texto aqui, eu queria escrever como jornalista, em outro país. Consegui. Embarco no dia 26 de Dezembro para a Alemanha, onde fico três meses na Deutsche Welle, uma das maiores empresas de comunicação da Europa, com estações e escritórios no mundo inteiro. O visto está a caminho. Já solicitei ao Consulado Alemão no Brasil.

Então sim, começou a contagem das horas denovo e eu vou recomeçar a temporada de "posts". De mala, não vou falar. Não é hora. De bagagem, talvez sim.

Pra completar, a cidade onde vou morar se chama Bonn. Da próxima vez falo um pouco dela. Fica pertinho de Köln (Colônia) e já foi capital da Deutschland. Grüsse!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A contagem das horas: parte III


Mais uma vez chegou a hora de voltar pra casa. Foram duas semanas entre Alemanha, França, Bélgica, Holanda e uma série de planos pra o futuro que nunca demora tanto a chegar, claro.

A foto é uma lembrança das coisas que são realmente importantes nesse mundo, como a família, o amor e a amizade.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Caminhando e cantando...


Eu e minha irmã temos gastado as últimas horas andando por tudo que é canto de Colônia, onde chegamos este fim de semana, e de onde também partimos para Paris no início da viagem.

A cidade é bonita demais, com muitas ruas pequenas e que nem sequer sabíamos que existiam. E isso às vezes é bom, não é? Quando você passa por um lugar e se espanta: "como assim não vi isso aqui dias atrás?". Mas certamente há muitos detalhes que o tempo não vai deixar a gente descobrir.

São os últimos dias, mais uma vez. Uma pena. Triste, deixo uma imagem de Berlim bem "animada", perto do portão e na Unter den Linden, uma das principais ruas da capital alemã.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Berlim, o amor e a guerra


Enquanto voltava pra o hotel, esta noite, mais uma noite fria por aqui, uma multidão protestou no centro de Berlim contra as privatizações de algumas empresas alemãs. Não contei, claro, mas é certo que havia mais de cinquenta pessoas. Duas pistas foram ocupadas num espaço de 200 metros pelo menos.

A polícia acompanhou toda a movimentação. E, para a minha surpresa, não impediu nada.

Curiosamente, quando entrei no saguão do local onde estamos hospedados, fui assistir a uma palestra com um norte-americano sobre a queda do muro que durante quase trinta anos dividiu a capital alemã em ocidental e oriental; primeira parte dos Estados Unidos, Inglaterra e França e segunda parte dominada pela antiga União Soviética.

Bom, já cheguei no meio da "reunião". Ouvi: "... não foi uma queda... caíram com o muro... muita gente ajudou... foi como um protesto..."

Sorri porque tinha acabado de ver algo parecido. Coisa que não vejo com frequência no Brasil. Essa, no entanto, é uma pequena parte do que, de fato, me provocou, mais tarde, um sorriso, digamos, SORRISO, com letras bem grandes.

Vou explicar. Só peço que me perdoem. Não sei o nome do homem que deu a palestra. Dá pra acreditar? Que belo jornalista, não? Confesso que foi um lapso horrível, embora provocado, acredito, pelo envolvimento na história que ele contou. Uma história de amor. E eu amo histórias de amor. Devo dizer que o erro foi parte da emoção.

*

Depois de divagar sobre questões políticas da Alemanha partida em dois países, o senhor de pernas cruzadas e cabelos lisos balançou um papel na mesa, quem sabe o currículo que eu deveria ter lido antes de pensar o post, respirou fundo e disse para exatamente sete ouvintes, incluindo eu, claro: "... estou casado há 52 anos... eu e minha mulher morávamos em lados opostos... não foi fácil..."

Ele abaixou a cabeça, olhou pra um lado, pra o outro. Girou uma das mãos, colocou na boca e não precisou esperar silêncio. Todos estávamos calados.

""

O norte-americano vivia do lado ocidental desde criança. A alemã, do lado oriental. Os dois se conheceram antes do muro ser erguido, numa madrugada de agosto de 1961. Foi um choque quando viram que a cidade estava mudando e que os planos precisavam mudar também. E mudaram.

Ela foi para o lado dele e se casaram, rezando pra que as duas famílias pudessem um dia comemorar juntas. A festa aconteceu no fim dos anos oitenta, quando o concreto caiu e a Alemanha voltou a ser um país apenas.

***

O senhor que não sei quem realmente é deixou de escrever muitas cartas apaixonadas no tempo de namoro, cheias de calor. Passou por revistas incontáveis para visitar sogro e sogra, cunhados, etc. Mesmo assim, nunca foi capaz de esquecer as palavras românticas que dizia e como era romântica a arte da resistência: "... é preciso acreditar no ser humano, na força das coisas que valem a pena... na força desses sentimentos que nascem na dificuldade..."

O palestrante, então, passou a pesquisar a vida daqueles que morreram na tentativa de atravessar a barreira, ou simplesmente sobreviver. Já se aposentou e, agora, diz o que viveu.

Eu precisaria de mais espaço e mais tempo pra registrar tudo. Mas ele também não deu tantos detalhes. Ficou emocionado. Mudou de assunto várias vezes.

****

Deixo vocês, então, com uma foto das partes do muro de Berlim que estão, hoje, numa praça onde, antes da década de noventa, havia praticamente um deserto.

Paris - Berlin


Estou em Berlin e nevou hoje pela manhã. A foto é da região do hotel, a menos de um quilômetro da Alexander Platz.

E olhando pra o "nada" assim, ainda me lembro de ontem. Foi a última vez, pelo menos neste fevereiro de 2012, que vi as ondas das águas do rio Sena, em Paris. São tantas e tão pequenas se movimentando de uma vez só; tão verdes e tão lentas; tão cheias de carinho. Não chegam sequer a fazer muita espuma. Discretas. Nem batem nas margens de pedra do canal. Apenas passam, refletem a luz e seguem a mesma viagem no fluxo das dezenas de barcos quase sempre lotados de turistas.

Eu estava bem cansado quando parei pra olhar essa cena, num fim de tarde gelado e de sol sobre a ponte Saint-Michel, no centro da capital. Com a Notre Dame bem perto, o Louvre nem tanto e a Torre Eifel mais distante, a uns dez quarteirões talvez. Mas sempre aparecendo, claro.

Foi um alívio, acreditem. Descansei com uma coisa aparentemente simples. Foi bom e romântico, assim como tudo o que vivi naquele lugar: um pouco de música, de história, de cultura, de risada, de amizade e, sem dúvida, de amor.

Bom, agora é Alemanha. Vamos aproveitar, então. Tschüss!...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Samedi - Sábado


Choveu hoje em Paris. Uma chuva bem fininha e não durante todo o dia. Por isso deu pra visitar a torre Eifel e comer um crepe numa barraca de rua. É coisa que quase todo turista faz por aqui, sem se importar com o tempo, ou o vento frio.

No mais, andamos bastante a tarde inteira e voltamos pra casa cansados, claro. Mas foi muito bom. A noite chegou com um recital só com peças de Chopin numa igrejinha perto da Notre Dame e um macarrão de uma cantina italiana no centro da capital francesa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Nas alturas


Hoje vimos Paris do alto outra vez. Não da torre. Foi de uma roda gigante. Nem sabia que existia. Minha irmã disse que foi inaugurada no fim do ano passado. É muito bonita, brilha à noite, só que dá um certo "pânico" também. Mesmo assim fizemos o passeio, claro, como bons turistas.

Gostaria de contar mais sobre o dia, sobre os sebos às margens do rio, a ponte dos cadeados com nomes de amores que querem ser eternos, o Louvre, mas o sono bateu e bateu forte. Amanhã estarei mais animado, quem sabe.

Abraços!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A torre da catedral


Não sei exatamente por qual motivo. Não me lembro mais se foi falta de tempo ou boa vontade. Mas nas últimas duas vezes em que estive em Colônia deixei de fazer o essencial e permitido: subir uma das torres da catedral, patrimônio da humanidade, construída inicialmente para guardar relíquias dos três reis magos; e também um dos maiores monumentos góticos do mundo.

Esse "post", portanto, é um pedido de desculpas a mim mesmo. Foi um erro terrível. De qualquer forma, já estou perdoado.

*

Eram quase onze horas da manhã desta quarta-feira nublada na Vestfália quando eu e minha irmã saimos para almoçar na estação de metrô. Lá se encontra todo tipo de comida. A igreja fica bem ao lado. Comemos a tradicional Curry Wurst (uma salsicha em rodelas com um molho picante de ketchup e, claro, curry) e decidimos ir ao centro. Antes fizemos uma parada; uma parada na catedral.

**

Um dos acessos é por porta de vidro e giratória. Vimos uma mulher vindo na nossa direção e giramos junto. Cinco segundos e o ar ficou diferente. Mais frio.

Apareceram aquelas colunas enormes de pedras desenhadas por ferramentas de prata, aquelas abóbadas pontiagudas tão altas e grandiosas que diminuem qualquer pessoa; aquela sensação de que se está dentro dos detalhes da história da Europa e da arquitetura dos séculos que nós não vivemos.

Ouvimos alguns passos à esquerda e seguimos o fluxo dos turistas. Eles íam para a Câmara dos Tesouros. Fomos também.

O homem que vendia os ingressos da Câmara ofececeu o passeio na torre e me disse que seria preciso caminhar um pouco, subir alguns degraus. Ele foi sincero. Esqueceu só de me falar quantos: 533.

***

A Câmara visitamos com certa rapidez. O que mais vimos: relicários dos primeiros bispos, castiçais, roupas antigas. Já na torre demoramos um puoco mais. Não tivemos opção.

A subida começou no subsolo da catedral, nas fundações dela; uma caverna quase.

Seguimos por uma escada em espiral sombria, estreita (um metro ou um metro e meio de largura talvez) e de aparência infinita (533 degraus, só pra te lembrar). Não dava pra saber quando ía terminar, se ía terminar, embora a gente sempre saiba que termina sim. O fato é que tínhamos 157 metros pela frente. Ou melhor, acima de nós.

O movimento dos visitantes dificultou a tarefa. É porque quem descia, descia pela parte mais larga do degrau. Pra nós, que fazíamos o caminho contrário, sobrou o restinho. Fomos nesse restinho bem fino, respirando fundo e parando de vez em quando pra olhar a paisagem das vidraças. Colônia ficava cada vez menor.

Um andar, dois... três... nem sei direito... minha irmã quis desistir por várias vezes e insisti que fôssemos até o último. Valeu a pena.

****

Primeiro motivo: conhecemos os sinos. São pelo menos oito sinos de bronze; um fica no centro, é maior, e a cada moeda colocada por um turista, ele toca. Enquanto estávamos lá, tocou.

Outros motivos: depois de mais uma escada, chegamos à torre. O vento soprou mais forte e as outras dezenas de partes da catedral ficaram ainda mais visíveis. As esculturas que não conseguíamos ver da praça estavam a poucos centímetros das mãos, mas protegidas por grades. E era só inclinar um pouco a cabeça que o topo da "Dom" estava ali. O céu, também. Eu ía deixar de tirar uma foto pra ficar de recordação? Nunca.

Bom... nem reclamei, mas foi cansativo... rs...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A terceira vez

Não sei se a impressão dos mesmos lugares vai mudar. Se tudo vai estar do mesmo jeito. É a terceira vez que voo para a Europa e é a terceira vez que vivo uma expectativa diferente.

Eu achava que a experiência das outras viagens ajudariam a diminuir a dúvida. Mas não. Penso que lá do outro lado as coisas estão diferentes, que não conheço mais nada, que as pessoas também mudaram. Ou, pelo menos, eu estou diferente. Esse talvez seja o "X" da questão. Se for, muito bom. Parabéns para mim que não resolvi negar a capacidade de transformação que o ser humano tem e tanta gente insiste em bater a porta na cara dela.

Mas sabe... um detalhe me escapou. Véspera de pegar céu (uai, não dizem pegar estrada, também? rsrsrs) e a mala está por fazer. Nesse quesito sempre dependi da minha irmã pra ajudar. E ela também vai. Vai pela segunda vez comigo. Só que também esqueceu de ajeitar tudo. É a ansiedade.

Bom, melhor eu ir dormir porque vou ter que acordar cedo. Primeiro para dobrar roupas e ver se não fica nada pra trás; segundo porque ainda enfrento o último domingo de trabalho antes das férias.

Abraços!