domingo, 20 de julho de 2014

Perdendo...

Numa viagem que fiz com uma amiga à Suíça conheci por acaso uma brasileira extremamente solidária, como é de se esperar do nosso povo. Ela não só nos ajudou a pegar um trem até Zurique, a capital, como ofereceu a própria casa (numa cidade vizinha, Lurcerna) pra gente dormir. E foi além. Disse as palavras que, embora pareçam óbvias, mais me marcaram durante esse um ano e meio morando na Alemanha: "sempre saímos perdendo".

Não é bem uma conclusão pessimista e ingrata. É uma constatação simples de que existem ganhos e perdas na vida, mas que as tão temidas perdas, muitas vezes frutos das nossas escolhas, são inevitáveis. E de que, estejamos onde estivermos, vamos perder alguma coisa (e ganhar também, claro).

Soa tão bobo o texto, não é? Do tipo "nossa, descobriu o Brasil!"... Bom, eu perdi mais um aniversário da minha mãe. O segundo. Por isso acho que deu vontade de escrever; bater nessa tecla tão gasta das histórias de tantas outras pessoas nesse mundo.

Minha mensagem de "parabéns" foi pelo celular, o que me deixou num nível de frustração absurdo, como ano passado. Enfim. É a ferramenta imediata que tenho pra dizer que amo e sinto falta de tentar dar o primeiro abraço do dia.

Eu também liguei. Só que uma ligação não tem calor. Apenas resolve por alguns minutos uma saudade que não tem solução. Eu perdi, e pronto.