segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A contagem das horas: parte III


Mais uma vez chegou a hora de voltar pra casa. Foram duas semanas entre Alemanha, França, Bélgica, Holanda e uma série de planos pra o futuro que nunca demora tanto a chegar, claro.

A foto é uma lembrança das coisas que são realmente importantes nesse mundo, como a família, o amor e a amizade.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Caminhando e cantando...


Eu e minha irmã temos gastado as últimas horas andando por tudo que é canto de Colônia, onde chegamos este fim de semana, e de onde também partimos para Paris no início da viagem.

A cidade é bonita demais, com muitas ruas pequenas e que nem sequer sabíamos que existiam. E isso às vezes é bom, não é? Quando você passa por um lugar e se espanta: "como assim não vi isso aqui dias atrás?". Mas certamente há muitos detalhes que o tempo não vai deixar a gente descobrir.

São os últimos dias, mais uma vez. Uma pena. Triste, deixo uma imagem de Berlim bem "animada", perto do portão e na Unter den Linden, uma das principais ruas da capital alemã.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Berlim, o amor e a guerra


Enquanto voltava pra o hotel, esta noite, mais uma noite fria por aqui, uma multidão protestou no centro de Berlim contra as privatizações de algumas empresas alemãs. Não contei, claro, mas é certo que havia mais de cinquenta pessoas. Duas pistas foram ocupadas num espaço de 200 metros pelo menos.

A polícia acompanhou toda a movimentação. E, para a minha surpresa, não impediu nada.

Curiosamente, quando entrei no saguão do local onde estamos hospedados, fui assistir a uma palestra com um norte-americano sobre a queda do muro que durante quase trinta anos dividiu a capital alemã em ocidental e oriental; primeira parte dos Estados Unidos, Inglaterra e França e segunda parte dominada pela antiga União Soviética.

Bom, já cheguei no meio da "reunião". Ouvi: "... não foi uma queda... caíram com o muro... muita gente ajudou... foi como um protesto..."

Sorri porque tinha acabado de ver algo parecido. Coisa que não vejo com frequência no Brasil. Essa, no entanto, é uma pequena parte do que, de fato, me provocou, mais tarde, um sorriso, digamos, SORRISO, com letras bem grandes.

Vou explicar. Só peço que me perdoem. Não sei o nome do homem que deu a palestra. Dá pra acreditar? Que belo jornalista, não? Confesso que foi um lapso horrível, embora provocado, acredito, pelo envolvimento na história que ele contou. Uma história de amor. E eu amo histórias de amor. Devo dizer que o erro foi parte da emoção.

*

Depois de divagar sobre questões políticas da Alemanha partida em dois países, o senhor de pernas cruzadas e cabelos lisos balançou um papel na mesa, quem sabe o currículo que eu deveria ter lido antes de pensar o post, respirou fundo e disse para exatamente sete ouvintes, incluindo eu, claro: "... estou casado há 52 anos... eu e minha mulher morávamos em lados opostos... não foi fácil..."

Ele abaixou a cabeça, olhou pra um lado, pra o outro. Girou uma das mãos, colocou na boca e não precisou esperar silêncio. Todos estávamos calados.

""

O norte-americano vivia do lado ocidental desde criança. A alemã, do lado oriental. Os dois se conheceram antes do muro ser erguido, numa madrugada de agosto de 1961. Foi um choque quando viram que a cidade estava mudando e que os planos precisavam mudar também. E mudaram.

Ela foi para o lado dele e se casaram, rezando pra que as duas famílias pudessem um dia comemorar juntas. A festa aconteceu no fim dos anos oitenta, quando o concreto caiu e a Alemanha voltou a ser um país apenas.

***

O senhor que não sei quem realmente é deixou de escrever muitas cartas apaixonadas no tempo de namoro, cheias de calor. Passou por revistas incontáveis para visitar sogro e sogra, cunhados, etc. Mesmo assim, nunca foi capaz de esquecer as palavras românticas que dizia e como era romântica a arte da resistência: "... é preciso acreditar no ser humano, na força das coisas que valem a pena... na força desses sentimentos que nascem na dificuldade..."

O palestrante, então, passou a pesquisar a vida daqueles que morreram na tentativa de atravessar a barreira, ou simplesmente sobreviver. Já se aposentou e, agora, diz o que viveu.

Eu precisaria de mais espaço e mais tempo pra registrar tudo. Mas ele também não deu tantos detalhes. Ficou emocionado. Mudou de assunto várias vezes.

****

Deixo vocês, então, com uma foto das partes do muro de Berlim que estão, hoje, numa praça onde, antes da década de noventa, havia praticamente um deserto.

Paris - Berlin


Estou em Berlin e nevou hoje pela manhã. A foto é da região do hotel, a menos de um quilômetro da Alexander Platz.

E olhando pra o "nada" assim, ainda me lembro de ontem. Foi a última vez, pelo menos neste fevereiro de 2012, que vi as ondas das águas do rio Sena, em Paris. São tantas e tão pequenas se movimentando de uma vez só; tão verdes e tão lentas; tão cheias de carinho. Não chegam sequer a fazer muita espuma. Discretas. Nem batem nas margens de pedra do canal. Apenas passam, refletem a luz e seguem a mesma viagem no fluxo das dezenas de barcos quase sempre lotados de turistas.

Eu estava bem cansado quando parei pra olhar essa cena, num fim de tarde gelado e de sol sobre a ponte Saint-Michel, no centro da capital. Com a Notre Dame bem perto, o Louvre nem tanto e a Torre Eifel mais distante, a uns dez quarteirões talvez. Mas sempre aparecendo, claro.

Foi um alívio, acreditem. Descansei com uma coisa aparentemente simples. Foi bom e romântico, assim como tudo o que vivi naquele lugar: um pouco de música, de história, de cultura, de risada, de amizade e, sem dúvida, de amor.

Bom, agora é Alemanha. Vamos aproveitar, então. Tschüss!...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Samedi - Sábado


Choveu hoje em Paris. Uma chuva bem fininha e não durante todo o dia. Por isso deu pra visitar a torre Eifel e comer um crepe numa barraca de rua. É coisa que quase todo turista faz por aqui, sem se importar com o tempo, ou o vento frio.

No mais, andamos bastante a tarde inteira e voltamos pra casa cansados, claro. Mas foi muito bom. A noite chegou com um recital só com peças de Chopin numa igrejinha perto da Notre Dame e um macarrão de uma cantina italiana no centro da capital francesa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Nas alturas


Hoje vimos Paris do alto outra vez. Não da torre. Foi de uma roda gigante. Nem sabia que existia. Minha irmã disse que foi inaugurada no fim do ano passado. É muito bonita, brilha à noite, só que dá um certo "pânico" também. Mesmo assim fizemos o passeio, claro, como bons turistas.

Gostaria de contar mais sobre o dia, sobre os sebos às margens do rio, a ponte dos cadeados com nomes de amores que querem ser eternos, o Louvre, mas o sono bateu e bateu forte. Amanhã estarei mais animado, quem sabe.

Abraços!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A torre da catedral


Não sei exatamente por qual motivo. Não me lembro mais se foi falta de tempo ou boa vontade. Mas nas últimas duas vezes em que estive em Colônia deixei de fazer o essencial e permitido: subir uma das torres da catedral, patrimônio da humanidade, construída inicialmente para guardar relíquias dos três reis magos; e também um dos maiores monumentos góticos do mundo.

Esse "post", portanto, é um pedido de desculpas a mim mesmo. Foi um erro terrível. De qualquer forma, já estou perdoado.

*

Eram quase onze horas da manhã desta quarta-feira nublada na Vestfália quando eu e minha irmã saimos para almoçar na estação de metrô. Lá se encontra todo tipo de comida. A igreja fica bem ao lado. Comemos a tradicional Curry Wurst (uma salsicha em rodelas com um molho picante de ketchup e, claro, curry) e decidimos ir ao centro. Antes fizemos uma parada; uma parada na catedral.

**

Um dos acessos é por porta de vidro e giratória. Vimos uma mulher vindo na nossa direção e giramos junto. Cinco segundos e o ar ficou diferente. Mais frio.

Apareceram aquelas colunas enormes de pedras desenhadas por ferramentas de prata, aquelas abóbadas pontiagudas tão altas e grandiosas que diminuem qualquer pessoa; aquela sensação de que se está dentro dos detalhes da história da Europa e da arquitetura dos séculos que nós não vivemos.

Ouvimos alguns passos à esquerda e seguimos o fluxo dos turistas. Eles íam para a Câmara dos Tesouros. Fomos também.

O homem que vendia os ingressos da Câmara ofececeu o passeio na torre e me disse que seria preciso caminhar um pouco, subir alguns degraus. Ele foi sincero. Esqueceu só de me falar quantos: 533.

***

A Câmara visitamos com certa rapidez. O que mais vimos: relicários dos primeiros bispos, castiçais, roupas antigas. Já na torre demoramos um puoco mais. Não tivemos opção.

A subida começou no subsolo da catedral, nas fundações dela; uma caverna quase.

Seguimos por uma escada em espiral sombria, estreita (um metro ou um metro e meio de largura talvez) e de aparência infinita (533 degraus, só pra te lembrar). Não dava pra saber quando ía terminar, se ía terminar, embora a gente sempre saiba que termina sim. O fato é que tínhamos 157 metros pela frente. Ou melhor, acima de nós.

O movimento dos visitantes dificultou a tarefa. É porque quem descia, descia pela parte mais larga do degrau. Pra nós, que fazíamos o caminho contrário, sobrou o restinho. Fomos nesse restinho bem fino, respirando fundo e parando de vez em quando pra olhar a paisagem das vidraças. Colônia ficava cada vez menor.

Um andar, dois... três... nem sei direito... minha irmã quis desistir por várias vezes e insisti que fôssemos até o último. Valeu a pena.

****

Primeiro motivo: conhecemos os sinos. São pelo menos oito sinos de bronze; um fica no centro, é maior, e a cada moeda colocada por um turista, ele toca. Enquanto estávamos lá, tocou.

Outros motivos: depois de mais uma escada, chegamos à torre. O vento soprou mais forte e as outras dezenas de partes da catedral ficaram ainda mais visíveis. As esculturas que não conseguíamos ver da praça estavam a poucos centímetros das mãos, mas protegidas por grades. E era só inclinar um pouco a cabeça que o topo da "Dom" estava ali. O céu, também. Eu ía deixar de tirar uma foto pra ficar de recordação? Nunca.

Bom... nem reclamei, mas foi cansativo... rs...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A terceira vez

Não sei se a impressão dos mesmos lugares vai mudar. Se tudo vai estar do mesmo jeito. É a terceira vez que voo para a Europa e é a terceira vez que vivo uma expectativa diferente.

Eu achava que a experiência das outras viagens ajudariam a diminuir a dúvida. Mas não. Penso que lá do outro lado as coisas estão diferentes, que não conheço mais nada, que as pessoas também mudaram. Ou, pelo menos, eu estou diferente. Esse talvez seja o "X" da questão. Se for, muito bom. Parabéns para mim que não resolvi negar a capacidade de transformação que o ser humano tem e tanta gente insiste em bater a porta na cara dela.

Mas sabe... um detalhe me escapou. Véspera de pegar céu (uai, não dizem pegar estrada, também? rsrsrs) e a mala está por fazer. Nesse quesito sempre dependi da minha irmã pra ajudar. E ela também vai. Vai pela segunda vez comigo. Só que também esqueceu de ajeitar tudo. É a ansiedade.

Bom, melhor eu ir dormir porque vou ter que acordar cedo. Primeiro para dobrar roupas e ver se não fica nada pra trás; segundo porque ainda enfrento o último domingo de trabalho antes das férias.

Abraços!