domingo, 31 de janeiro de 2010

Na terra dos castelos


Você se lembra de ter pelo menos ouvido falar no palácio de Versalhes, aquele lá da França, com água e muito verde em desenhos geométricos em volta? Pois hoje eu visitei o Versalhes da Vestfália. É um castelo em versão reduzida, porém, o maior que existe na região de Münsterland. Coisa de louco. O problema é que o frio não deixa a gente observar a paisagem por completo. Tudo está debaixo de neve. Mesmo assim é deslumbrante.


Ah, outro detalhe! Até existe um relógio solar no pátio central da construção, mas, como já dá para imaginar, sol por aqui é raro de se ver. Pela manhã e em uma parte da tarde ele até apareceu. Infelizmente, no entanto, não durou nem duas horas. Fazer o quê, não é?


Continuando, enquanto eu, Ulla e Heinz visitávamos o Schloss (castelo), paramos para tomar um café em uma espécie de pub que existe dentro do palácio. O lugar me lembrou as dezenas de filmes com imagens da europa que já vi nessa vida: poltronas arredondadas de madeira, como aquelas em que reis e rainhas usavam nos jantares reais; um castiçal enorme com inúmeras velas; janelas do teto até o chão com cortinas bordadas a mão; muita gente em volta e um silêncio imperial.


Bom, não exatamente silêncio, devo confessar. O que quero dizer é que não dava para ouvir a conversa de ninguém. Eles falam baixo, de um jeito mais pausado e sem gesticular.


Hoje também fui à transmissão ao vivo da TV de Mainz (ZDF). Era só uma missa, mas trouxeram uma estrutura cinematográfica para a cidade. Câmeras com trilhos e tudo mais. Enfim, mas estou mesmo ansioso é para chegar terça-feira. Vou conhecer alguns jornalistas daqui e começar a labuta. Parece que querem escrever sobre mim também. Virei notícia... hehehe...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Em Münster


Pela segunda vez fui até Münster, uma cidade relativamente grande e bem próxima de Drensteinfurt. Na primeira, estávamos eu e Ben e assisti a uma aula de teatro do grupo dele (pessoal bem educado e sempre tinha gente fazendo cara de felicidade quando escutava "Brasil"); na segunda, hoje, com a Ulla, para visitar algumas igrejas e também uma feira ao ar livre no centro do município. É como em Governador Valadares, só que com barracas um pouco melhores e sem desespero ou gritaria. Aqui, ninguém pechincha ou berra o preço mais baixo. As pessoas apenas provam e levam.


Mas, para mim, o momento mais interessante foi estar em frente a uma catedral gótica do século XV. Todas aquelas torres pontiagudas, aquela simetria, aquela altura, aquela cor, enfim... não postei foto porque ainda não tenho uma boa imagem da igreja. A que está aí em cima é da rua central de Münster. De qualquer forma, dá para ter uma idéia pelo menos de como são as coisas por aqui.


A propósito, a polícia daqui chama a atenção de pedestres que resolvem ficar "dando sopa" na rua, viu? Além disso, tem avenidas só para as bicicletas e os carros param na faixa mesmo quando não há sinal. Ai ai... depois dessa, eu vou dormir... hehehe

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cartas na mesa

Como já é um pouco tarde e estou com preguiça, vou deixar para postar outra foto uma outra hora. O que preciso dizer é que me diverti demaaais com um jogo de cartas esta noite. Não entendi muita coisa, mas sei que é muito parecido com o "burro", porém, ao contrário: quem fica com a mão cheia ganha porque tem mais pontos. Das war super! (Foi muito bom!).

Sabe... a família que me hospeda aqui na Alemanha é bastante alegre. Sempre que estão juntos eles têm algum tempo de Spass (mais ou menos distração em Português, mas significa também algo que foi interessante, enfim, entretenimento).

Bom, fico por aqui. O sono chegou. Amanhã esfria outra vez.

Planos...


Ontem, confesso, estava meio abatido por causa do frio e da falta de referência da cultura brasileira. Mas hoje, como já esperava, estou bem melhor e disposto. Na semana que vem, quinta-feira, o chefe da redação local do Weltfälische Nachrichten (Notícias da Vestfália) chega na cidade para me receber. É quando também, naturalmente, vou entrar no escritório deles pela primeira vez. Aqui em Drensteinfurt é pequeno o Büro, mas devo ir até Münster na outra semana (segunda-feira).


Parece que vou ainda conseguir visitar uma Televisão, a WDR (Westfalen Rundfunk). Enfim, está tudo encaminhando, dando certo. Pelo que já vi, uma diferença clara dos jornais impressos da Alemanha é a primeira página. Há muito mais texto do que no Brasil. As pessoas daqui param em frente os Zeitungen (jornais) para ler e querem saber de tudo antes de comprar, não apenas lead e sublead. São bem exigentes.


A propósito, a foto é quase em frente ao castelo da cidade.

inteh!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na neve


A foto, reconheço, não é das melhores. Mas dá para ter uma idéia de como o frio daqui é praticamente desesperador. Hoje consegui sair um pouco de casa e visitar a cidade. O lugar é muito aconchegante. Lembra alguns municípios e vilas do sul do Brasil. A arquitetura é a mesma, sem tirar nem pôr. Há um castelo também, e a sede dos correios é uma das mais antigas da região da Vestfália (Westfalen).

Ah, já ía me esquecendo... está nevando. É bonito de ver, mas não de sentir, acreditem... heheh

Finalmente, Alemanha!!!




Como durante todo o voo e também dentro do aeroporto de Frankfurt existem sistemas de aquecimento dos ambientes, eu realmente achei que o frio não incomodaria tanto, ou que era uma lenda aquela coisa de doer e "rasgar". Mas não é. Absolutamente, não é. Quando eu e Heinz (da família que está me hospedando aqui e que, por sinal, é muito educado, assim como todos da casa) chegamos ao estacionamento para pegar o carro, entrei em um "congelador" com -5 graus e sensação térmica de muito menos.



Olha, mas o frio não chega a tirar a beleza das árvores cheias de neve, das casas de tijolinho marrom, dos telhados pontiagudos, etc. As rodovias são perfeitas, sem buraco, bem sinalizadas. Os carros quase voam a 130, 140km/h. Parece muito, só que não é porque os veículos são projetados com uma estabilidade incrível e há pelo menos quatro pistas nas chamadas "autoestradas" (Autobahn). No Brasil, elas correspondem às BRs.


Até aí tudo nem, não é? Cheguei sem problemas. A parte triste da viagem até a Alemanha foi o voo de BH até São Paulo, com umas duas crianças chorando o tempo todo. De SP a Frankfurt foi tranquilo, mas não dá para dormir direito e foram, afinal, 12 horas em um avião. Ás vezes, eu ligava o mini computador que tem em todas as poltronas para acompanhar o trajeto do piloto. Confesso que deu um pouco de medo quando a imagem sinalizou o meio do oceano Atlântico. Só então consegui cochilar. Acho que queria esquecer isso... hehehe...


A propósito, a foto é o que vejo de uma das janelas da casa, entre o segundo e o terceiro andar. A cidade é pequena, mas aqui as pessoas que podem preferem morar assim por causa do tumulto dos grandes centros. Eles querem qualidade de vida. O valadarense acha, por exemplo, que Chonim e Baguari são "roças", mas se um grupo de alemães resolver se mudar para a nossa região faz desses distritos atrações turísticas... heheh...

Por enquanto, ainda não sai de casa para ver muita coisa. Cheguei ontem e dormi até tarde hoje. Não acho que tenha sido por causa da diferença de horário. Foi o cansaço mesmo. Enfim, vou descer. Até a próxima.

domingo, 24 de janeiro de 2010

5, 4, 3, 2, 1, 0...

Pelo visto, o que eu tinha de arrumar já está arrumado: duas malas e uma mochila para levar como bagagem de mão. No mais, é só. Mas ainda parece que não é comigo. Tanta ajuda, tanta mobilização de pessoas que nunca me viram, que acabaram de saber quem eu sou e que me aceitaram como filho, que me deram credibilidade, carta de apresentação, etc... Não é incrível?

Hoje pela manhã abri o meu email e lá estava uma mensagem da família Siebenbrock. Eles vão segurar uma placa com o meu nome no aeroporto de Frankfurt e me enviaram uma foto de todos da casa (casal e três filhos). Reafirmaram que fazem questão de ir até o Flughafen (aeroporto).

Aliás, quando recebi a notícia de que as coisas tinham dado certo, por exemplo, me perguntei se estou preparado para fazer o que alguns poucos amigos daqui (e incluindo também os almães, claro) fizeram por mim e que vou demorar o raio de uma vida inteira para agradecer, ou quem sabe nem vou conseguir agradecer de verdade. Só conclui, por enquanto, que "obrigado" é muito pouco, embora eu tenha dito isso diversas vezes.

Enfim, amanhã pego meu primeiro voo em Belo Horizonte, às 19h. Chego em São Paulo provavelmente uma hora depois e de lá vou direto para a Alemanha. Às 14h da terça-feira já estarei na Europa, de onde posto outra vez.

Mas antes de ir, gostaria de dedicar essa viagem e todo o trabalho envolvido nela primeiramente a Deus, que por intermédio do Dom Werner, fez tudo acontecer; aos amigos Harley Cândido e Terezinha Hilel, que moveram meio mundo para participar dessa vitória; e à minha querida família, que sempre acreditou, no fundo, que sonhar é preciso e que nunca mediu esforços para me apoiar.

Abraço a todos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A contagem regressiva

É... faltam três dias para a viagem e, finalmente, acho mesmo que consumi quase todo o resto do tempo do meu mês de janeiro no Brasil. Visitei amigos, reli alguns livros, li outros, decorei frases em alemão (fazer o quê?! rs), fiz compras às pressas, ouvi conselhos e instruções, vi o carinho e a indiferença das pessoas (essas foram poucas, amém!).

Enfim, o mais importante é que tive muitas mãos estendidas e palavras de incentivo. Não daqueles que sempre me olharam pensando na eventual fraqueza de um menino supostamente imaturo e cheio de sonhos impossíveis, mas daqueles que não brincaram com a minha força de vontade e são seguros de si o bastante para emprestar qualquer coisa, até mesmo o próprio nome. E isso, meus caros, por aqui praticamente não se vê mais. O medo paira sobre os poetas menores. Não os condeno. O espaço é pequeno, afinal. Não cabe todo mundo, embora o mundo precise ser maior até do que o mercado de trabalho ou a universidade.

Aos que sempre torceram e torcem por mim, minha eterna admiração. Aos amigos que participaram e participam diretamente desta vitória, muito obrigado por enquanto!!!!!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O primeiro passo

Então... no próximo dia 25 de janeiro embarco para a Alemanha, onde devo conhecer alguns jornais e passar um tempo com uma família de lá, em Drensteinfurt, na região de Münsterland, ao norte do país. Não há muito o que dizer por enquanto porque ainda não senti o tal frio abaixo de zero, mas resolvi que era hora de documentar essa experiência antes mesmo dela começar. Esse é o motivo deste blog. Sejam bem-vindos!