Minha casa nunca tinha recebido alguém tão alegre como você. Jantamos a dois, com velas e um sorriso largo. Estava frio do lado de fora e a gente não ligou. Não precisava ligar.
Você me acordou todas as manhãs com um carinho suave de "bom dia". Não vou esquecer. Essas coisas não se apagam da memória. Ficam na pele, como a sensação gostosa do vento no rosto naquela praia onde passamos tardes de tanto sol. Ainda sinto. Ainda vejo as horas correndo e a gente pedindo pra que parassem. Infelizmente, elas não obedecem e não param, não é?
O tempo também é um tipo de crueldade, afinal. Se bem que cruel mesmo foi ver você partir. Olhar pra trás e observar o seu "tchau" desaparecer no meio das pessoas. Escondi o rosto nas mãos e subi um monte de escadas sem saber direito o rumo, sem me orientar pelas indicações, sem nada. Até porque era exatamente assim que eu estava. Sozinho, experimentando mais uma vez a dor da sua ausência. Por favor, não demora muito. Você é importante demais. Você.